Pai dos Órfãos

por Projeto Semeadores - Publicado em 14 de fevereiro de 2020

“Pai dos órfãos, Defensor das viúvas; eis o que é Deus na sua santa morada” (Salmos 68.5)

Fonte: georgemuller.org | George Müller de Bristol, 274-286 | texto: Joás Inacio | 01/02/2020 – 11:00

George Müller nasceu no dia 27 de setembro de 1805 na cidade de Kroppenstedt na Prússia.
Müller fundou vários orfanatos, e cuidou de mais de 10.000 crianças órfãs, baseado na promessa de Deus do Salmo 68:5 “Deus é pai dos órfãos”.

Sua vida ilustra o poder da oração.
Ele recebeu em vida mais de um milhão e meio de libras esterlinas (algo equivalente a aproximadamente US$110.000.000 hoje) para sustentar os orfanatos que levantou em Bristol, no Reino Unido.
Isso sem nunca pedir dinheiro a ninguém ou realizar nenhum evento para levantar fundos. Cada centavo recebido (ou penny, melhor dizendo) foi resultado unicamente de constante oração.
Foi no dia 11 de abril de 1836 que George Müller abriu seu primeiro orfanato para trinta meninas na Rua Wilson, em Bristol.
Em 1870, trinta anos depois de ter aberto o primeiro orfanato puramente por fé, Müller estava administrando cinco orfanatos com mais de 2.000 crianças.  Segundo o biógrafo A.T. Pierson, “cinquenta anos depois que Müller começou seu trabalho, pelo menos cem mil órfãos eram atendidos somente na Inglaterra” (George Müller de Bristol, 274)
Todo o dinheiro para o sustento das crianças e pagamento dos servidores era resultado das constantes orações de Müller e de sua equipe.
Nunca nenhum pedido foi feito e suas necessidades nunca foram expostas a ninguém.
Somente o Senhor as conhecia e as supria diariamente.
Müller adotou um versículo bíblico como seu lema:” Bendito o homem que confia no Senhor” (Jeremias 17:7).
E assim, confiando unicamente no Senhor para a provisão da obra que havia edificado, sustentou milhares crianças.
Em sua biografia, lemos que em uma determinada manhã, a mesa foi posta para o café da manhã, mas os pratos estavam vazios.
Não havia comida, tampouco dinheiro.
As crianças já estavam na mesa, esperando pelo café da manhã quando Müller disse:
“Criançada, vocês sabem que não podem se atrasar para a escola”.
Então, levantou suas mãos e orou:
“Senhor Deus, obrigado por aquilo que o Senhor nos dará para comer”.
Imediatamente após a oração, alguém bate na porta.
Era o padeiro, dizendo: “Senhor Müller, não pude dormir essa noite. De alguma maneira senti que não havia pão aqui e decidi trazer-lhes algo. Levantei-me às duas da manhã, assei estes pães frescos e os trouxe para vocês”.
Logo depois disso, alguém mais bate na porta. Era o leiteiro, cuja carroça havia quebrado bem em frente do orfanato.
Ele ofereceu o leite a Müller para que pudesse “guinchar” sua carroça até a próxima oficina.
Nem mesmo o maior dos incrédulos poderia dizer que se tratava de uma coincidência.

Em outra das histórias interessantes sobre ele conta-se que Müller estava orando em seu quarto, e sua fama já era notória.
A rainha da Inglaterra foi à sua casa, e sua empregada bateu na porta de seu quarto e disse: “Sr. Müller a rainha está na sala, querendo lhe falar”. E ele respondeu: “diga a Senhora Rainha que agora não posso, pois estou falando com Rei dos Reis e não vou atendê-la”.
Em outra oportunidade, o seu orfanato amanheceu sem nenhum alimento para os mais de 1.000 órfãos naquela ocasião.
E o desespero tomou conta de todos os funcionários, mas Müller disse: Não peço nada ao homem, minha aliança é com Deus.
Entrou em seu quarto e orou: “Pai dos órfãos, falta pão. Em nome de Jesus. Amém”.
Passados alguns minutos, várias carroças com pães passaram na porta do orfanato e o chefe que a conduzia disse: “Sr. Müller fomos entregar estes pães para a família real, no castelo, e eles disseram que os pães estavam muito assados e por isto para não jogar, resolvemos dar para o orfanato”. Müller disse: “não foram os pães que passaram do ponto, mas Deus que atendeu nossa oração e teve misericórdia de nós”.
Müller foi um grande missionário e evangelista de crianças.
Teve uma comunhão invejável com Cristo e provou por inúmeras vezes o poder da oração com fé.
Müller tinha um caderno, onde anotara mais de 50.000 orações que foram respondidas por Deus.

Conta-se que o famoso pregador inglês, Charles Spurgeon foi em certa ocasião, à cidade de Bristol, com o objetivo de pregar durante uma semana de reuniões em três igrejas, esperando obter nas três coletas, 300 libras, quantia que ele necessitava com urgência para as crianças pobres de Londres. As coletas renderam realmente essa quantia (que à época era uma grande soma de dinheiro), e Spurgeon sentia-se feliz, porque assim poderia pagar as despesas do orfanato. Entretanto, à noite, quando se recolheu para dormir, Spurgeon sentiu um voz forte dentro dele que sabia que era O Senhor – era a voz do Senhor que lhe dizia: “Dá essas trezentas libras a Jorge Müller”.
“Oh não, Senhor”, respondeu Spurgeon, “eu preciso do dinheiro para os queridos órfãos de Londres”.
Mais uma vez insistiu a mesma voz: “Dá as trezentas libras a Jorge Müller.” Só quando respondeu: “Sim, Senhor, eu irei”, é que conseguiu adormecer. Na manhã seguinte dirigiu-se ao orfanato de Jorge Müller e o encontrou de joelhos, orando, tendo diante de si uma Bíblia aberta. O célebre pregador, pondo a mão sobre o ombro do outro disse: “George, Deus me mandou entregar a você essas 300 libras que coletei”.
“Oh”, exclamou Müller, “querido Spurgeon, eu estava a pedir ao Senhor precisamente essa importância.” Os dois homens choraram e alegraram-se muito juntos.
Quando Spurgeon voltou a Londres, encontrou uma carta sobre a mesa.
Abriu-a, e verificou que ela continha 300 guinéus. Ora, como um guinéu valia uma libra e um shilling, Spurgeon tinha então, trezentas libras e trezentos shillings.
“Aqui está”, exclamou ele com muito regozijo. “O Senhor me devolveu as 300 libras com juros de 300 shillings”.
É assim que Deus presenteia o generoso.
Ele é mais generoso que qualquer homem, e sempre retribui os generosos com generosidade maior ainda.
Mesmo quando o retorno não for monetário, você pode ter certeza de que seu coração transbordará. com a alegria de dar generosamente e ver Seu Reino prosperando.
Pois está escrito: “Quem semeia com moderação também colherá pouco, e quem semeia com generosidade também colherá com fartura.” (2 Coríntios 9. 6)