Perseguição na Síria
Vídeos chocantes mostram que mortes de cristãos na Síria não param
Material foi divulgado por um radical muçulmano convertido
Enquanto o mundo foca sua atenção para o embate entre Rússia e União Europeia pelo domínio da Ucrânia e a região da Crimeia pode ser o estopim de uma nova guerra, na Síria os massacres continuam. Por lá também está em jogo os interesses de Putin, mas as atrocidades cometidas são de ordem mais religiosa que política.
Surgiu esta semana mais um vídeo mostrando a execução sistemática de pessoas, na maioria cristãos, por parte de milícias muçulmanas radicais. A denúncia partiu de Walid Shoebat, e seu filho, Theodore Shoebat, especialistas em terrorismo e responsáveis pelo site RescueChristians.org.
As imagens chocantes incluem cabeças perfeitamente alinhadas junto a uma parede e corpos suspensos pelos pés em uma sala. Também é mostrado o depoimento de uma testemunha que estava ameaçado de ser “sacrificada” em um ritual onde supostamente o sangue dos cristão serviria para “pagar pecados”.
“Eu nunca tinha visto algo assim”, se horroriza Walid, um cristão árabe que foi membro do grupo extremista OLP até 1994, quando se converteu. “Eu tenho investigado a fundo esta história nas últimas semanas. Provavelmente, é o assunto mais horrível que eu já reportei. Tudo pode ser provado com essas imagens de massacre de humanos como se fossem animais, na maioria cristãos da Síria”.
De várias maneiras, é a continuidade do trabalho da freira Hatune Dogan, da Igreja Ortodoxa Síria, que procurou organizações internacionais para mostrar como cristãos estavam sendo decapitados e outros crucificados em meio à guerra. Contudo, ninguém deu ouvidos a ela e muitos passaram a acusar de divulgar relatos forjados.
Os vídeos reproduzidos abaixo são uma compilação da Shoebat, dedicada a ajudar os cristão perseguidos. Ele inclui o relato de Saif Al-Adlubi, que disse ter testemunhado muitas barbaridades do Islã contra os que não compartilham de suas crenças. Sua denúncia é que os responsáveis são do grupo radical conhecido como ISIS, considerado o mais cruel dos paramilitantes islâmicos na Síria.
Um deles mostra o testemunho de um sírio cristão chamado Kamil Toume, que afirma haver um “matadouro de cristãos” nos distritos de Siba e Bayyada, na região de Homs, na Síria. Todos os sacrifícios são feitos por um açougueiro acostumado com o abate de ovelhas. “Relatamos essa história por causa do silêncio sobre o assassinato sistemático dos cristãos e minorias xiitas”, disse Shoebat. “Os cristãos estão sendo mortos nestes rituais seguidamente e o derramamento de sangue não vai parar. Devemos trabalhar juntos para parar isso”, afirmou ao site WND.
Fonte: Jarbas Aragão
Assista (imagens fortes):
Talvez você não saiba que cerca de 150 mil pessoas foram mortas na Síria desde meados de 2011, 7 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária urgente – entre essas 3,1 milhões de crianças; 1,2 milhão de famílias tiveram suas casas atingidas, 57% dos hospitais públicos foram danificados ou destruídos e 37% estão fechados. E muitas pessoas estão sem remédios essenciais para doenças crônicas como a diabetes!
O Observatório Sírio de Direitos Humanos divulgou que 3 300 pessoas morreram desde o início deste ano como resultado do conflito entre diferentes facções rebeldes. Entre os grupos que têm sido pivô de combates está o Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), uma dissidência da Al Qaeda, e a própria Frente Nusra.
Enquanto isso o ditador Assad manipula a realização de “eleições” presidenciais na Síria que foram convocadas para o próximo dia 3 de junho, conforme anunciou nesta segunda-feira o presidente do Parlamento, Mohammed Laham, em uma sessão transmitida pela televisão oficial a rede Al Jazeera. Laham também assinalou que o registro de candidatos para a realização deste pleito será aberta amanhã e se estenderá até o próximo dia 1º de maio. De acordo com o político apoiador do ditador Bashar Assad, a votação será realizada em uma só jornada, das 7h até 19h.
O governo Americano classificou o plano do ditador sírio de realizar eleições de “paródia de democracia”, usando os mesmos termos empregados na semana passada pela União Europeia para definir o pleito. “Convocar um referendo ‘de fato’ é uma atitude vazia, uma vez que o regime continua a massacrar o eleitorado que pretende representar”, disse a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki. O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, também condenou o anúncio do regime Assad ao afirmar que a pretensão de realizar eleições sabota a tentativa de se chegar a um acordo que encerre a guerra civil que devasta o país há três anos e já matou mais de 150.000 pessoas.
O anúncio desta segunda, contudo, tenta dar ares de normalidade ao processo, ressaltando que os eleitores que estiverem no exterior também poderão votar nas embaixadas e consulados sírios, no dia 28 de maio. Os candidatos deverão apresentar suas candidaturas perante o Alto Tribunal Constitucional. No último dia 17 de março, o Parlamento sírio terminou de aprovar a nova Lei Eleitoral, que permite pela primeira vez em décadas que vários candidatos se apresentem às eleições presidenciais. No entanto, como a lei estipula que os candidatos devem ter morado na Síria durante dez anos consecutivos – a partir da data de registro da inscrição – e não podem ter uma segunda nacionalidade, os opositores ficam impossibilitados de concorrer, tendo em vista que a maioria se encontra exilada.
“E, quando ouvirdes de guerras e de rumores de guerras, não vos perturbeis; porque assim deve acontecer; mas ainda não será o fim. Porque se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá terremotos em diversos lugares, e haverá fomes e tribulações. Estas coisas são os princípios das dores. E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará.” (Marcos 13:7-8 e Mateus 24:12)
Ore pelos cristãos sírios e pela paz na Síria
Joás Inacio