Extremistas religiosos aterrorizam cristãos na Nigéria
Em DUGURI (Nigéria) – Homens vestidos como soldados e suspeitos de serem militantes islamitas (Boko Haram) mataram pelo menos 42 pessoas num ataque a um vilarejo no nordeste da Nigéria, região que está no centro da escalada crescente de uma insurgência que vem aumentando os ataques contra civis, disse uma fonte da polícia.
O ataque na vila de Bardari na noite de quarta-feira ocorreu um dia depois de autoridades e testemunhas terem dito que outras ações dos militantes levaram à morte de dezenas de pessoas em três outros vilarejos do Estado de Borno, onde os rebeldes do grupo Boko Haram iniciaram sua campanha para criar um Estado islâmico.
Os homens armados em uniforme militar reuniram os moradores de Bardari e abriram fogo, segundo contou uma fonte policial à Reuters. “As pessoas não puderam identificá-los a tempo como terroristas”, disse.
Os militantes fugiram cruzando um rio e colocaram fogo em casas no vizinho vilarejo de Kayamla, perto da capital regional, Maiduguri, acrescentou a fonte.
O Boko Haram matou milhares de pessoas desde que iniciou sua revolta em 2009 na Nigéria, o maior produtor de petróleo da África.
O grupo atraiu a atenção mundial em abril ao sequestrar mais de 200 alunas em outra parte de Borno.
O sequestro aumentou a pressão política sobre o presidente Goodluck Jonathan, que aceitou a ajuda dos Estados Unidos e outros países para tentar libertar as garotas.
(Reportagem de Lanre Ola)
Em GOMBE (Nigéria) – Uma explosão matou pelo menos três pessoas fora de um quartel do Exército na cidade do nordeste da Nigéria de Gombe, no domingo, disseram testemunhas.
Ninguém reivindicou a responsabilidade pela explosão, mas o grupo islâmico Boko Haram tem detonado vários explosivos e matado milhares de pessoas em seus cinco anos de idade, uma trágica tentativa de esculpir um Estado islâmico na Nigéria.
“Eu ouvi um som alto e, em seguida, vi uma fumaça preta que cobriu o lugar … Vimos soldados movendo os corpos”, comerciante Bello Kasuwankatako à Reuters.
(Reportagem de Isaac Abrak; Reportagem de Andrew Heavens, Edição de Sonya Hepinstall)
Em ABUJA (Nigéria-capital) – Supostos militantes islâmicos do Boko Haram sequestraram cerca de 30 mulheres de assentamentos nômades no nordeste da Nigéria, perto do local onde o grupo havia sequestrado mais de 200 estudantes, disseram moradores e a imprensa nigeriana.
Os moradores de Chibok, de onde as estudantes levadas em abril, disseram à Reuters nesta terça-feira que haviam encontrado nômades fugindo de ataques da semana passada e dizendo que os sequestradores exigiam gado em troca das mulheres.
“Um deles, chamado Mohammed, me disse que o Boko Haram rendeu os homens usando armas e seus militantes foram de cabana em cabana sequestrando mulheres”, disse Yahaya Musa. “Os sequestradores lhes disseram para trazer vacas como pagamento pelo resgate”, disse o agricultor Yakub Chibok.
A polícia e os porta-vozes do Exército disseram que não podiam confirmar os relatos de sequestros de mulheres na quinta-feira em áreas próximas a Chibok.
O jornal Daily Trust, citando autoridades não identificadas, disse que os assentamentos nômades atingidos incluíam Bakin Kogi, Garkin Fulani e Rigar Hardo.
Há relatos de que os sequestros têm continuado, em face de uma ofensiva do Exército e um clamor internacional pelo resgate das meninas, vão aumentar a pressão política sobre o governo nigeriano para conter os rebeldes e seus ataques terroristas.
O presidente Goodluck Jonathan aceitou ajuda militar e de inteligência de Washington e outras potências para ajudarem a encontrar as meninas sequestradas. Mas os militantes só aumentaram seus ataques.
O Governo e o exército da Nigéria dizem que estão fazendo todo o possível para libertar as estudantes, e saber onde eles estão sendo escondida. Eles descartaram a possibilidade de trocá-los por prisioneiros militantes e dizem que qualquer tentativa de forçar a sua divulgação poderia levar a um banho de sangue.
(Reportagem de Isaac Abrak, Andrew Heavens, Edição de Alison Williams)
As reportagens são da agência de notícias Reuters – tradução dos textos: Joás Inacio (Os Semeadores)