Sudanesa grávida é condenada à morte por se converter ao cristianismo

por Joás Inacio Vieira - Publicado em 19 de maio de 2014

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Um tribunal do Sudão condenou nesta última quinta-feira(15) à morte a médica Mariam Ishaq, de 27 anos, grávida de oito meses, por ter se convertido ao cristianismo, mas a pena só será aplicada em dois anos, O caso é denunciado pela Anistia Internacional. Mariam foi educada pela mãe segundo a religião Ortodoxa e não islâmica, a fé do seu pai, um homem pouco presente durante a sua infância. Casou com um sudanês do sul, também cristão, e desde então a lei islâmica tem encontrado “falhas” que considerada graves na sua conduta.

Depois de detida e acusada de adultério denúncia que partiu de uma membro da sua família de que estava casada com um cristão (o casamento com pessoas de outra religião não é reconhecido pela sharia), Mariam foi acusada de renunciar à religião do seu país ao afirmar-se cristã. Está detida com o filho de 20 meses.

O advogado Ahmed Abdallah afirmou que o prazo de três dias determinado por outra corte para que a mulher retificasse sua crença terminou hoje sem que sua cliente tenha rejeitado renunciar à religião cristã. Segundo a sentença, Ishaq receberá 100 chicotadas como castigo e depois será enforcada. Um tribunal já havia condenado no domingo passado a sudanesa à pena capital por apostasia e adultério, uma decisão que foi confirmada nesta quinta-feira pela Corte Penal do leste de Cartum, presidido pelo juiz Abbas al-Khalifa.

“Demos-lhe três dias para reconsiderar mas insistiu em não regressar ao islã. Condeno-a à pena de morte por enforcamento”, declarou o juiz Abbas Mohammed Al-Khalifa

um líder religioso muçulmano tentou convencer a sudanesa a voltar atrás. Mariam limitou-se a afirmar: “Sou cristã e nunca cometi apostasia”.

O magistrado atrasou o cumprimento da sentença até dentro de dois anos, para dar tempo a que a mulher dê à luz ao filho que está esperando e termine de amamentá-lo nesse tempo. Ishaq, que está quase chegando ao fim de uma gestação e tem outro filho de dois anos, mudou seu nome de Abrar pelo de Mariam e é filha de um homem da região de Darfur, no oeste do Sudão, e de uma mulher da vizinha Etiópia. No domingo passado, seu marido cristão foi absolvido da acusação de adultério por falta de provas, após argumentar que havia se casado com a jovem quando já tinha mudado sua religião. O tribunal lembrou que a lei sudanesa proíbe a conversão do islã ao cristianismo e que, portanto, a acusada cometeu adultério por seu casamento como cristã ser “nulo”. Vários diplomatas ocidentais e representantes de grupos de direitos humanos foram à audiência e advertiram sobre o risco que esse tipo de julgamento representa para a tolerância religiosa e para os direitos humanos no Sudão.

Após o veredicto, as embaixadas dos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e Holanda divulgaram um comunicado conjunto onde manifestaram a sua “profunda preocupação” com o caso de Mariam e pediram ao Sudão que respeite o “direito à liberdade de religião”.

A Anistia Internacional considera a sentença “verdadeiramente repugnante” e exige a libertação imediata de Mariam. “O adultério e a apostasia são atos que não devem ser considerados crimes, quanto mais serem comparados aos padrões internacionais do que é um ‘dos mais sérios crimes’ e a condenação por pena de morte. É uma violação flagrante da lei internacional dos direitos humanos”, defende Manar Idriss, investigadora da Anistia no Sudão

fonte: Agência Efe   |  rede BBC

Desde 2011, ano em que o Sudão do Sul emancipou-se tornando-se um novo país, a Igreja no Sudão(Norte) tem sofrido perseguições por meio das autoridades e população muçulmana.  Barão de Montesquieu dizia:  ”A injustiça que se faz a um, é uma ameaça que se faz a todos.”  Penso que por conta dessa constatação de ameaça os cristãos ali são forçados esconderem-se e a fugir para o Sudão do Sul ou outros países vizinhos por razões étnicas e sociais.

“Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, me odiou a mim.
Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia.
Lembrai-vos da palavra que vos disse: Não é o servo maior do que o seu senhor. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa.
Mas tudo isto vos farão por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou.” (João. 15:18-21)

Ore para que antes desses dois anos (prazo para o enforcamento) Marian seja inocentada e libertada dessa sentença injusta;

Ore para que os cristãos sudaneses e suas famílias alcancem o consolo, proteção e a paz do Senhor;

Ore por um fim pacífico para os conflitos entre o Sudão e o Sudão do Sul.

Joás Inacio/Semeadores

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